quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Material Fresado em Usinas de Asfalto


As mais recentes usinas de asfalto permitem que seja incorporado material asfáltico fresado (RAP) na produção do concreto asfáltico a quente. A dificuldade de incorporar o RAP no processo convencional de usinagem ocorria pelo fato de que o material não pode receber o mesmo processo de secagem dos agregados minerais virgens devido à presença de ligante asfáltico (CAP), que seria danificado dentro do tambor secador por causa da radiação provocada pela chama do queimador.
Uma solução desenvolvida pelo fabricante Ciber Equipamentos Rodoviários em sua nova série de usinas foi a concepção de um tambor secador com um anel especial para receber o material fresado, que percorre por dentro de uma câmara especial o caminho até o encontro com os agregados virgens. O aquecimento ocorre por condução e não há exposição à radiação do queimador. Por questão volumétrica de vazão de materiais, esta solução é adotada para misturas asfálticas de até 10% de RAP em sua composição. A dosagem ocorre em um silo especial que trabalha em conjunto com o sistema de dosagem dos materiais virgens. Há possibilidade de instalação de um destorroador junto ao silo de recebimento do material fresado, para reduzir a granulometria e deixar o material mais homogêneo. É preciso conhecer a sua granulometria sem a presença de ligante asfáltico, cujo teor de asfalto deve ser conhecido e descontado na vazão do ligante virgem.
Abaixo, a perspectiva do módulo para utilização de até 10% de RAP e a forma com que o material fresado é introduzido no secador da usina.





Em projetos especiais, com o uso superior a 10% de material fresado na composição de uma nova mistura asfáltica, é necessário instalar um módulo adicional acoplado a usina. O desenvolvimento desta solução, que ocorreu no Rio Grande do Sul,conseguiu atingir com êxito a taxa de utilização de 50% de RAP na fórmula de produção de CBUQ, atendendo a todos os requisitos técnicos (CBUQ DNIT ES 031/2006).

O módulo adicional é formado por um silo de recebimento de fresado com destorroador. Por correia transportadora, o material passa por sistema de peneiras vibratórias. Há uma separação granulométrica na peneira #8 em RAP grosso (granulometria superior a 2,38 mm) e RAP fino (de granulometria inferior). Na sequência, o material segue para dois silos de entrada e separadamente entra em um tambor secador especialmente adaptado. O material mais grosso segue pela parte central do tambor, assim expondo menor quantidade de ligante asfáltico (CAP) a chama do queimador. O material fresado mais fino, com grande presença de ligante asfáltico, entra em uma câmara especial onde aquece apenas por condução térmica. Ao final, os materiais são transportados até o misturador da usina.

A figura abaixo mostra uma perspectiva do módulo para incorporação de até 50% de RAP na mistura. Na sequência, uma foto deste módulo acoplado a uma usina de asfalto.




Os testes realizados de forma bem sucedida podem abrir uma excelente alternativa para obras de manutenção e grandes projetos de reabilitação rodoviária no Brasil, pois o equipamento é produzido nacionalmente (maiores facilidades de financiamento, entrega e instalação) e o fato de reutilizar um grande percentual de material fresado pode acarretar uma grande redução no orçamento destas obras, além de dar um ótimo destino a grandes quantidades de RAP que acabavam sendo descartadas.




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